Antes de começarmos a falar de employee experience, convidamos você a se imaginar na seguinte situação:
Você está em uma entrevista para uma nova oportunidade profissional, e o recrutador quer entender como foi a sua experiência na última empresa. Para isso, ele lhe faz diversas perguntas às quais você irá responder mentalmente neste momento.
Como foi a sua chegada na última empresa onde trabalhou? Recebeu um kit de boas-vindas e treinamento adequado? E depois disso, o trabalho fluiu bem?
Você recebeu o seu pagamento em dia, os benefícios atenderam às suas expectativas? O clima organizacional era bom?
Você teve acesso às ferramentas adequadas para realizar o seu trabalho e entregar os resultados esperados?
E por que você saiu? Estava em busca de uma remuneração melhor? Deseja mais flexibilidade de horário e busca liberdade geográfica? A cultura da empresa não era compatível com o que você acredita?
Em poucos segundos é possível que se passe um filme na sua cabeça sobre a sua trajetória profissional. Vivê-la dentro da última empresa foi positivo ou não?
Será que você recomendaria o seu antigo trabalho para outra pessoa?
E os seus colaboradores atuais recomendam a empresa para alguém? O que os ex-funcionários da sua empresa falam sobre ela?
Cada vez mais as organizações precisam estar preparadas para proporcionarem uma boa employee experience, ou “experiência do empregado”, com o intuito de aumentar a sua capacidade de atrair e reter talentos e, consequentemente, de fortalecer a sua reputação e imagem como marca empregadora.
Para isso, a passagem das pessoas pela empresa precisa ser positiva.
Neste artigo você vai ver:
– O que é employee experience e o que significa
– A employee experience nos últimos 30 anos
– Criando uma employee experience do zero em 5 passos
– Conclusão
Continue a leitura e habilite-se para dar os primeiros passos no projeto de employee experience da sua empresa.
O que é employee experience e o que significa
Employee experience pode ser traduzido como “experiência do empregado” – e atualizado para “experiência do colaborador” -, e significa a soma das experiências que um profissional teve dentro de uma empresa desde a sua admissão até o seu desligamento.
Na prática, quando uma empresa deseja investir na experiência do colaborador ela irá focar em se tornar um lugar onde as pessoas gostem de estar e trabalhar, proporcionando uma jornada profissional e uma percepção positiva.
Um dos benefícios é o aumento da produtividade e da performance, além da atração e retenção de talentos.
De acordo com Jacob Morgan, um dos principais nomes no estudo e no desenvolvimento de estratégias de employee experience, as empresas que investem em EX possuem 4,2 vezes mais lucro médio do que as que não investem, 2,8x mais receita por colaborador, 40% menos turnover e 24% menos colaboradores (headcount).
De acordo com o pesquisador, todas as experiências dos funcionários são compostas por três ambientes:
Ambiente cultural: é o ambiente proporcionado pela cultura corporativa, a qual influencia nos sentimentos que os funcionários têm ao trabalhar na empresa. Pode causar motivação ou desânimo entre os colaboradores.
Ambiente tecnológico: as ferramentas que os funcionários usam para realizar seus trabalhos. Dispositivos, softwares, aplicativos, redes sociais e ferramentas de aprendizado são alguns exemplos.
Ambiente Físico: os espaços reais em que os funcionários trabalham. Tudo o que podemos ver e tocar no local de trabalho, fornecendo uma instalação adequada ou não para o trabalho.
A employee experience nos últimos 30 anos
Desde a chegada das empresas de tecnologia nos anos 90, há uma tendência dos escritórios serem ambientes cada vez mais atrativos para o colaborador.
São memoráveis as imagens do escritório do Google, com mesas e paredes coloridas, decoração inspiradora e espaços de lazer e descompressão.
Esse modelo foi replicado por muitas outras empresas que buscavam ter uma equipe criativa e que prezam pela qualidade de vida de quem dedica mais horas ao trabalho do que à vida pessoal.
Porém, 20 anos depois, com a pandemia de Covid-19, o eixo das empresas foi ajustado para a gestão de pessoas. Ficou evidente a necessidade das organizações colocarem as pessoas no centro do negócio e da estratégia.
Quando todos foram obrigados a se recolherem em casa, entendeu-se que sem pessoas não há produção.
E quando as pessoas começaram a ficar doentes em casa por causa do confinamento e do excesso de trabalho, viu-se que sem saúde e qualidade de vida não há produtividade.
Pelos mesmos motivos, a chave dos colaboradores também virou. Em um estudo recente do LinkedIn, 78% dos profissionais afirmaram que a pandemia fez com que passassem a querer ou a precisar de mais flexibilidade no trabalho.
As pessoas não desejam mais viver para o trabalho, mas fazer com que o trabalho seja parte da vida delas, buscando o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Os formatos remoto e híbrido se popularizaram e os escritórios logo se tornaram obsoletos e grandes demais em muitas empresas.
A pandemia derrubou também a barreira geográfica da contratação e ampliou a possibilidade de recrutar novos talentos de qualquer parte do mundo. Com isso, surgiram novos desafios para o setor de Recursos Humanos, principalmente voltados aos ambientes tecnológico e cultural.
Encontrar pessoas compatíveis com a cultura organizacional, atrair e reter os melhores talentos e engajá-los remotamente são alguns desses desafios.
Para isso, a employee experience é uma grande estratégia.
De acordo com um estudo da IBM em parceria com a WorkHuman sobre o tema, os funcionários que experimentam um sentimento de pertencimento, propósito, conquista, felicidade e vigor têm maior probabilidade de desempenho em níveis mais altos, contribuem “acima e além” das expectativas e são menos propensos a deixar o trabalho.
Já estudos da Harvard Business Review mostram que o aumento da satisfação do empregado aumenta também a satisfação do cliente, além de melhorar os resultados financeiros das empresas.
Criando uma employee experience do zero em 5 passos
O RH tem um papel protagonista no desenvolvimento da estratégia de employee experience. É a equipe de gestão de pessoas que vai prover os recursos – tecnologia, cursos e treinamentos – para viabilizar as ações.
Também tem o trabalho de conscientizar e envolver as lideranças na estratégia, pois os gestores estão diariamente em contato com os colaboradores, com mais proximidade do que o RH, e podem identificar mais facilmente as necessidades das equipes.
Veja agora 5 passos para criar uma employee experience do zero:
1 - Crie um canal de comunicação
O primeiro passo para criar uma employee experience efetiva é abrindo a comunicação com os colaboradores, de forma a obter deles feedbacks sinceros e entender a visão que eles têm sobre a empresa.
A partir das informações coletadas, podem ser levantados os pontos de melhoria na jornada.
Uma das formas de abrir um canal de comunicação é criando momentos de conversas de escuta ativa, como o 1:1.
Outro recurso é a Pesquisa de Clima – ou E-NPS (Employee Net Promoter Score) -, que mensura a qualidade do ambiente de trabalho. Essa pesquisa ajuda a entender como os colaboradores se sentem na empresa em relação a diversos temas, como bem-estar, satisfação com o trabalho, engajamento com a organização
Falamos mais sobre a Pesquisa de Clima no artigo [Checklist] Top 7 indicadores de desempenho de RH.
2 - Mapear as experiências que fazem a diferença
Ao longo da jornada do colaborador dentro da empresa ele passa por várias etapas, desde a descoberta da vaga até o desligamento da empresa. Também chamamos essa jornada de ciclo de vida do colaborador ou pontos de contato.
Existem no mínimo seis pontos de contato na relação entre o colaborador e a empresa, e cabe à organização gerenciar adequadamente cada um deles, ouvindo as pessoas e identificando o que é mais importante para elas em cada uma dessas etapas, para melhorar a experiência.
Podemos dividir o ciclo de vida do colaborador assim:
Fonte: Falconi e Fantástico Mundo RP
Segundo Jaciara Pinheiro, CEO da UseRH, o que precisamos entender é que o “como” as pessoas irão vivenciar cada uma dessas fases ou pontos de contato marca muito como elas vão gerar informações sobre a marca empregadora.
“Mesmo que um candidato não seja aprovado no processo seletivo, a experiência positiva que ele tiver no processo de recrutamento vai reforçar a marca e retornar como marketing – employer branding – refletindo uma imagem sobre a capacidade de empregabilidade dentro da empresa”, exemplifica.
Ou seja, esse ponto de contato – se positivo – vai impactar na atração de novos e bons candidatos em um mundo altamente competitivo. Se negativo, poderá espantá-los.
Já dentro da empresa, quais emoções são geradas ali em cada ponto de contato?
“Por isso é importante que todos os processos sejam vistos e reavaliados sobre a ótica da experiência: qual a experiência que eu estou gerando? Qual a dor que eu estou solucionando? Ao ter contato com esse processo, o que eu quero que o colaborador fique como registro emocional?”, questiona.
No final de sua jornada, ao sair da empresa, o que ele vai compartilhar com outros profissionais sobre o que viveu?
Como solução, Jaciara apresenta a necessidade de rever os processos de cada ponto de contato, mapeando as insatisfações que precisam ser corrigidas, com foco no colaborador.
“Por vezes o processo dentro de uma empresa está muito bem desenhado à vista de quem o executa, mas precisa estar à luz de quem ele atende”, conclui.
3 - Monte um plano de ação
Depois de estabelecer uma boa comunicação e mapear os pontos de melhoria, está na hora de reunir os dados, a equipe de RH e a liderança para pensar nas ações que serão realizadas a curto, médio e longo prazo.
Trace metas, monte um cronograma e defina os responsáveis pelas entregas, estabeleça indicadores e monitore. Os resultados podem demorar para chegar, mas o impacto precisa ser mensurado para comprovar a eficiência.
4 - Melhore os ambientes
Os ambientes cultural, tecnológico e físico apresentados por Jacob Morgan merecem especial atenção, pois impactam diretamente na capacidade produtiva, na segurança emocional e integridade física dos colaboradores.
As melhorias devem ser constantes, para que os ambientes não se tornem obsoletos.
5 - Invista em um RH estratégico e digital
Não adianta falar em employee experience se não houver uma postura estratégica do RH ao invés de operacional. A experiência do colaborador envolve rever processos, analisar dados e trabalhar com inteligência.
Para isso, é recomendável também o uso de tecnologias, pois ajudam a reduzir a carga operacional, trazem celeridade aos processos e permitem uma melhor organização e visualização de dados e indicadores importantes.
A plataforma da UseRH, por exemplo, oferece diversas ferramentas que facilitam a gestão de diferentes pontos de contato do ciclo de vida na empresa.
Na fase de desenvolvimento do colaborador, por exemplo, o RH conta com o suporte de uma Universidade Corporativa online, onde é possível montar trilhas de aprendizagem, aplicar testes, mensurar o engajamento da base de colaboradores e promover recompensas utilizando o ranking de melhores colaboradores.
Já no módulo de Avaliações, o RH realiza avaliações de desempenho, pesquisa de clima, registra feedbacks, monta planos de desenvolvimento individual (PDI) e gerencia metas. Essas são algumas das ações mais importantes para entender o humano da empresa, alinhar expectativas e mensurar o desempenho para realizar ações de reconhecimento e engajamento.
Em breve será lançado o módulo de Onboarding, para digitalizar e automatizar o processo de admissão e integração de novos colaboradores.
Em todos os módulos, gestores e analistas de RH têm acesso a relatórios completos e interativos para auxiliar na tomada de decisão.
Conclusão
A employee experience é uma estratégia para atrair, engajar e reter talentos e que também aumenta a competitividade das empresas. Ela tem foco nas vivências e emoções das pessoas durante a jornada delas na organização.
Ela ajuda a desenvolver o senso de pertencimento e realização profissional, e depende de uma boa comunicação da empresa com o colaborador para identificar as experiências importantes e as que precisam melhorar.
Para isso, é essencial o uso de tecnologia e de dados para tomada de decisões estratégicas.
A plataforma da UseRH ajuda empresas a melhorarem processos, dando agilidade ao RH e contribuindo para uma experiência positiva do colaborador em diferentes fases da jornada.
Desta forma, espera-se a construção de um ambiente corporativo em que as pessoas possam estar satisfeitas a maior parte do tempo.
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