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Da Planilha ao Algoritmo: a ascensão da Inteligência artificial no RH

A transformação digital tem remodelado o mundo corporativo em velocidade recorde, e a gestão de pessoas não fica de fora dessa revolução com a inteligência artificial no RH.

inteligência artificial no RH
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Um levantamento realizado pelo LinkedIn em 2024, aponta que 45% dos recrutadores nos Estados Unidos e Europa acreditam que o uso da Inteligência Artificial no RH e da automação crescerá significativamente nos próximos cinco anos. Esses números evidenciam que a IA não é mais uma tendência futura e distante, mas uma realidade que já impacta diretamente a gestão de pessoas.

A Pesquisa de Benchmarking: práticas e sistemas de recursos humanos realizada pelo grupo Rhopen no segundo semestre de 2024, indicou que 39% das empresas já utilizam IA em suas operações de RH, sendo que 86% dessas aplicações estão voltadas para recrutamento e seleção.

Mas, como exatamente a IA está transformando a forma como as empresas recrutam, avaliam e gerenciam talentos? Neste artigo, exploramos o impacto da IA no RH e as principais mudanças que essa tecnologia está promovendo no setor.

A Revolução da IA no recrutamento e seleção

Recrutar e selecionar pessoas sempre foi fator central no sucesso das organizações. Entretanto, o modelo tradicional desse processo, muitas vezes lento e repleto de etapas, já não atende às necessidades do mundo atual.

Nesse cenário, a inteligência artificial surge como uma aliada poderosa, acelerando e otimizando a busca por talentos. Empresas que adotam essa tecnologia não apenas reduzem o tempo e os custos de contratação, mas também aumentam significativamente a precisão na escolha de profissionais.

De acordo com a pesquisa realizada pelo grupo Rhopen, 55% das organizações utilizam IA exclusivamente para agilizar a seleção de candidatos, enquanto 10% a empregam para garantir maior precisão na avaliação de perfis.

Destacam-se ainda avanços nas ferramentas de triagem automatizada de currículos, algoritmos que analisam padrões de comportamento e entrevistas conduzidas por chatbots inteligentes, capazes de interagir com os candidatos e coletar insights valiosos sobre suas competências e personalidades.

Esses sistemas não apenas avaliam hard skills, mas também conseguem identificar traços comportamentais e soft skills, possibilitando uma contratação mais alinhada à cultura organizacional da empresa.

Outro aspecto que tem se destacado é o uso da IA generativa, com a personalização de testes, elaboração de descrições de vagas mais atrativas e até a criação de conteúdos interativos para o engajamento de candidatos.

IA e a personalização

A inteligência artificial também vem revolucionando a experiência dos profissionais dentro das organizações. Com o uso de análise de dados, as empresas podem prever necessidades de treinamento, sugerir trilhas de desenvolvimento profissional e até mesmo recomendar benefícios customizados de acordo com o perfil de cada um.

“A personalização é o futuro da gestão de pessoas, e a IA nos dá o poder de tratar cada funcionário como um indivíduo único”, afirma Dave Ulrich, professor e referência em gestão estratégica de RH. Essa abordagem pode ser observada no uso de assistentes virtuais, que ajudam profissionais a resolver dúvidas sobre folha de pagamento, benefícios e políticas internas em tempo real.

No entanto, de acordo com a pesquisa do Grupo Rhopen, apenas 10% das organizações utilizam IA exclusivamente para automatizar a comunicação interna, garantindo respostas rápidas e eficientes. Esse número, ainda tímido, revela uma grande oportunidade para as organizações brasileiras ampliarem o uso da tecnologia na experiência do profissional.

No contexto em que a digitalização avança rapidamente, organizações que investirem em soluções mais integradas e inteligentes poderão melhorar significativamente a satisfação dos profissionais, reduzindo retrabalho e tornando a comunicação corporativa mais eficiente e estratégica.

O Brasil ainda tem uma lacuna a ser preenchida. Expandir a implementação dessas ferramentas não só aumentará a eficiência dos processos internos, como também fortalecerá o engajamento e a retenção de talentos – aspectos fundamentais para a competitividade no mercado atual.

Os desafios e a ética no uso da IA no RH

Apesar de todas as possíveis vantagens que a IA pode proporcionar ao setor de Recursos Humanos, seu uso também levanta questões éticas e desafios significativos. O viés algorítmico, por exemplo, pode influenciar negativamente processos seletivos se os dados de treinamento não forem devidamente balanceados.

Isso exige que as organizações adotem práticas transparentes e auditem constantemente seus sistemas para evitar discriminações e garantir a equidade nas contratações.

Outro ponto de atenção é a privacidade dos candidatos e trabalhadores. O uso de IA na gestão de pessoas envolve a coleta e análise de grandes volumes de dados, o que exige políticas rigorosas de segurança da informação. Regulamentações como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) impõem diretrizes claras sobre o armazenamento e o uso dessas informações.

O futuro da IA no RH: expectativas e tendências

O RH do futuro não será apenas sobre pessoas, nem apenas sobre tecnologia, mas sobre como a interação entre os dois pode criar um ambiente de trabalho mais eficiente e humano.

Se, por um lado, a aceitação da IA cresce, por outro ainda há um longo caminho a percorrer. Muitas organizações ainda não adotaram a tecnologia de forma estruturada, seja por falta de conhecimento, investimento ou receios em relação a impactos na humanização do trabalho.

O desafio, portanto, não é apenas tecnológico, mas também cultural: cabe a elas e aos profissionais de RH explorar o potencial da IA de forma ética, estratégica e alinhada às necessidades do negócio e das pessoas. Enfim, acreditamos que estamos diante de uma revolução – e aqueles que abraçarem essa mudança com estratégia e responsabilidade moldarão o mundo, as organizações e o RH do amanhã.

Autoras:

Ana Patrícia Neiva, analista de P&D do Grupo Rhopen

Kátia Vasconcelos, diretora de P&D e RH do Grupo Rhopen

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