A baixa produtividade do trabalhador é um dos grandes obstáculos ao desenvolvimento econômico do Brasil.
Atualmente, o país ficou em 60º entre 64 nações no último ranking de competitividade do Instituto Internacional para Desenvolvimento de Gestão (IMD).
Segundo o economista e pesquisador Samuel Pessôa, da FGV, um trabalhador brasileiro produz em uma hora apenas 20% do que um americano no mesmo período, afirmou ele em entrevista à Exame.
Esse cenário nos faz olhar para dentro das empresas, a fim de ajudar os gestores a identificarem sinais de baixa produtividade na equipe, além de fatores que estejam influenciando esse resultado.
Em termos simples, a produtividade mede a relação entre a produção e os recursos utilizados nesse processo.
Por isso, ela é utilizada para entender a eficiência com que uma empresa, setor ou país utiliza seus recursos para gerar bens e serviços.
Na indústria automobilística, por exemplo, a produtividade pode ser medida por “carros por trabalhador”; em um comércio varejista, pode ser “vendas por hora”; ou ainda, em um delivery, “pedidos por hora”.
Para calcular a produtividade de cada um desses exemplos, divide-se a produção (carros, vendas, pedidos) pela quantidade de recursos utilizados (matéria-prima, recursos tecnológicos, tempo do trabalhador e outros).
A produtividade de uma equipe ou empresa é influenciada por diversos fatores, e três dos mais importantes são os processos, as pessoas e a cultura.
Entende-se “processos” como os métodos e procedimentos utilizados para realizar o trabalho. Por isso, eles precisam ser bem estruturados e eficientes.
Já as “pessoas” são os colaboradores que compõem a equipe ou empresa. Suas habilidades, conhecimentos e motivação são necessários para realizar o trabalho de forma produtiva.
E a “cultura” é o conjunto de valores, crenças e comportamentos que caracterizam o ambiente de trabalho. Neste ponto, quanto mais positiva, melhor para a produtividade.
É preciso considerar que a relação entre esses fatores é complexa e interdependente, uma vez que:
– Processos eficientes dependem de pessoas com as habilidades e conhecimentos necessários para operá-los.
– Pessoas motivadas e engajadas são mais propensas a seguir processos eficientes.
– Uma cultura organizacional positiva pode criar um ambiente de trabalho que incentive a produtividade.
Como explicamos acima, a produtividade mede a capacidade de produção sobre os recursos disponíveis.
Por isso, quando uma equipe ou empresa produz muito e utiliza poucos recursos, ela está com uma alta produtividade.
Dizemos isso também ao se produzir mais utilizando a mesma quantidade de recursos que usava em período anterior. Ou ainda, quando se produz a mesma quantidade, porém usando menos recursos que anteriormente.
E baixa produtividade é quando essa mesma equipe ou empresa começa a produzir menos utilizando a mesma quantidade de recursos; ou produz o mesmo, mas passa a gastar mais recursos, ela está com baixa produtividade.
Baixa produtividade é quando se produz menos utilizando a mesma quantidade de recursos. Ou quando se mantém o volume de produção, porém utilizando mais recursos.
De maneira geral, o desafio da produtividade é: o que fazer para ter mais resultado (produzir mais) com menos esforço (consumindo menos recursos)?
Desta forma, podemos ver que produtividade não é sobre trabalhar mais para produzir mais. Mas sobre trabalhar de forma mais inteligente.
Existem fórmulas para mensurar a produtividade da sua equipe ou empresa. Mas, você pode identificar a baixa produtividade da equipe observando alguns sinais de alerta. Conheça todos agora!
A baixa produtividade da sua equipe pode se manifestar de formas diferentes, porém o impacto sempre será negativo nos resultados da empresa. Por isso, fique atento se perceber:
O não cumprimento dos prazos das tarefas passa a ser constante pela equipe, fazendo com que haja acúmulo de atividades.
Assim como os atrasos na realização das tarefas, equipes que produzem pouco apresentam um alto índice de atrasos e faltas dos colaboradores.
A ausência afeta o funcionamento da empresa, levando a problemas na execução das atividades, interferindo no fluxo de trabalho e no cumprimentas de escalas.
O turnover tem impacto negativo e é um sinal de alerta sobre a baixa produtividade das equipes por diversos motivos. Além de indicar a insatisfação dos colaboradores, causa impactos como:
– Perda de conhecimento e experiência: A saída de funcionários experientes leva à perda de conhecimento e experiência acumulados, o que pode prejudicar o desempenho da equipe e a qualidade do trabalho.
– Desmotivação e queda no moral da equipe: A rotatividade frequente pode ainda desmotivar os colaboradores remanescentes, levando à queda no moral da equipe e à diminuição da produtividade.
– Dificuldade em alcançar metas e objetivos: A constante mudança de pessoal dificulta a coesão da equipe e o trabalho em conjunto para alcançar metas e objetivos.
A desmotivação no trabalho leva à procrastinação, provoca desinteresse e conflitos constantes, o que consequentemente resulta em baixa produtividade.
Se sua equipe está desmotivada, ela produzirá abaixo de sua capacidade.
A baixa produtividade não é apenas um problema de resultados, mas também pode ter um impacto negativo no clima organizacional de uma empresa.
Quando a equipe não está performando, o ambiente de trabalho pode se tornar desanimador, desmotivador e até mesmo tóxico.
Uma vez que as metas não estão sendo atingidas, pode haver pressão da parte da liderança para alcançá-las. Isso que gera estresse e até mesmo desmotivação nos colaboradores, que podem se sentir ineficientes.
Além disso, a falta de reconhecimento, a culpa e a frustração pela baixa produtividade criam um ambiente negativo.
Com esse clima, não é difícil que ocorram conflitos em função da pressão por resultados, o que dificulta a cooperação e o trabalho em equipe.
É necessário destacar que a relação entre baixa produtividade e clima organizacional é bidirecional.
Ou seja, um clima organizacional ruim pode levar à baixa produtividade, e a baixa produtividade pode contribuir para um clima organizacional ainda pior.
A qualidade do trabalho também pode ser comprometida pela baixa produtividade.
Entre os principais fatores estão a pressa para entregar mais resultado em menos tempo, fazendo com que haja menos atenção e que não sejam realizados testes e refinamentos que garantam a qualidade. Esse comportamento propicia erros e descuidos.
Outro fator é a sobrecarga de trabalho, que também limita o tempo e a atenção aos detalhes, afetando a qualidade da entrega.
A baixa qualidade das entregas consequentemente pode levar a perda de clientes e insatisfação dos consumidores, sendo também um reflexo da baixa produtividade.
Ao nível de empresa, a produtividade pode ser medida calculando a produção por homens/hora de trabalho, sendo o mais comum.
Outra opção para entender a produtividade é calcular índices de lucratividade que permitam gerar comparativos, inclusive entre empresas.
A baixa produtividade pode ter influência de diversos fatores. Alguns são, ao mesmo tempo, causas e sinais da baixa produtividade. Vejamos alguns deles:
A cobrança e a pressão excessiva geram estresse psicológico e criam um ambiente desfavorável ao alcance de metas e resultados expressivos.
O estresse, como sabemos, é um caminho para o surgimento de transtornos emocionais, como o burnout, ansiedade e tensão.
Colaboradores doentes terão baixa produtividade e podem precisar de afastamento das atividades ou até desligamento, o que impacta também na produtividade da equipe.
Um estudo publicado na revista Harvard Business Review apontou que o reconhecimento e a valorização dos colaboradores são elementos-chave da cultura organizacional e essenciais para o engajamento dos colaboradores.
Portanto, a falta de feedback positivo, premiações, elogios públicos, benefícios de crescimento profissional ou corporativo, por exemplo, culminam em desmotivação, o que leva à baixa produtividade.
Como dissemos, a liderança exerce o papel insubstituível de nortear os colaboradores no cumprimento das metas e alcance do objetivo estratégico.
Entretanto, líderes tóxicos e culturas organizacionais disfuncionais acabam transformando o ambiente de trabalho em um campo de batalha, com competições exageradas e um clima ruim.
O resultado é um time sob estresse em busca do alto desempenho e de métricas de produtividade que podem ter efeito contrário a médio e longo prazo.
Veja qual é o papel da liderança imediata com a especialista em DHO, Fabíola Costa.
Recentemente, um estudo feito pela Microsoft com 20 mil pessoas em 11 países apontou que 85% delas achavam difícil confiar na produtividade dos empregados em homeoffice.
O que contraria a preferência pelos profissionais por jornadas híbridas ou 100% remotas.
A falta de planejamento leva a não organização das tarefas, não definição de prioridades e, consequentemente, a falta de direcionamento sobre o que produzir e ao tempo gasto sem objetivo.
Comunicar o objetivo estratégico da empresa e desmembrá-lo em metas é fundamental para o engajamento da equipe.
E a liderança tem o papel de encaminhar as pessoas e movimentá-las para esse propósito.
Por isso ter uma comunicação clara é tão importante para que todos saibam “por que, para que, quando e como” fazer algo.
Os ruídos na comunicação são outros impasses que atrapalham a rotina de trabalho, provocando erros de execução, por exemplo, e afetam a produtividade e a qualidade das entregas.
O treinamento e desenvolvimento dos colaboradores é uma ação do RH que traz benefícios para toda a empresa, uma vez que fortalece o capital humano, alinha objetivos e capacita as pessoas para exercerem melhor suas funções.
Sem treinamento, o conhecimento da equipe se torna defasado e as práticas podem não atender mais às necessidades do mercado, deixando a empresa menos competitiva e menos produtiva.
Já a oferta de desenvolvimento contínuo influencia positivamente na motivação dos colaboradores, sendo uma forma de valorização dos profissionais.
A ausência dessa ação contribui para a desmotivação e, como consequência, baixa produtividade.
Quase um terço dos profissionais brasileiros estão insatisfeitos e consideram sair do trabalho nos próximos três a seis meses, de acordo com uma pesquisa da consultoria McKinsey & Company.
Estar infeliz no trabalho provoca baixa produtividade e prejuízos financeiros à empresa. Outra pesquisa, agora da Gallup, mostrou que funcionários insatisfeitos custaram um valor estimado em US$ 1,9 trilhão em perda de produtividade às empresas americanas em 2023.
Profissionais insatisfeitos além de produzirem menos ainda podem influenciar o restante da equipe, ao compartilharem os motivos da insatisfação.
Agora que você já sabe os principais sinais de alerta para identificar uma baixa produtividade na equipe, consegue dizer como ela está?
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