Receber um feedback da liderança é muito importante para o desenvolvimento contínuo dos colaboradores. No entanto, igualmente relevante é manter o hábito da autoavaliação de desempenho.
Naturalmente, a reflexão acerca da própria carreira nem sempre é fácil. Na verdade, em grande parte dos casos, pode ser um desafio colocar a si mesmo no centro da questão e analisar o seu nível de comprometimento pessoal em relação à organização e o quão bem você vem performando no cargo ocupado.
O fato é que fazê-lo é necessário e, inclusive, o setor de Recursos Humanos (RH) exerce um papel indispensável na condução desse processo. Por isso, nas próximas linhas, vamos explicar o que é a autoavaliação de desempenho, quais são as suas vantagens, como implementá-la no negócio, entre outros pontos. Boa leitura!
O que é a autoavaliação de desempenho?
Inicialmente, é importante destacar que, quando um superior aponta os pontos fortes e os pontos fracos de um profissional, o que ocorre é uma análise externa do desempenho e da conduta daquele indivíduo.
Já no caso da autoavaliação, o próprio colaborador analisa o seu know-how, a sua postura na empresa, o seu conhecimento técnico, as suas atitudes no desempenho das atribuições da posição preenchida e as relações interpessoais estabelecidas.
Ou seja, a partir dessa iniciativa, o trabalhador tem a oportunidade de lidar com as suas questões internas — e de compreendê-las —, a exemplo das dificuldades enfrentadas para desenvolver uma tarefa.
Qual é a sua importância
e para que serve?
A autoavaliação de desempenho é importante, principalmente, porque torna possível a coleta de diversas informações relevantes do profissional que podem nortear a sua carreira e, inclusive, levá-lo a um patamar superior.
Afinal, ao se comprometer com o propósito dessa iniciativa, o trabalhador passa a conhecer mais a fundo o próprio perfil comportamental, reconhecendo as habilidades que precisam ser mais bem desenvolvidas e os seus pontos fortes.
Na prática, o colaborador se sente valorizado e “desafiado” a evoluir profissionalmente, o que impacta positivamente as suas entregas para a organização e aumenta os níveis de produtividade da companhia.
Inclusive, trata-se de uma medida que pode ser colocada em prática nos mais distintos cenários e âmbitos ao longo de toda a vida.
Como a autoavaliação de desempenho auxilia na identificação dos próprios limites, das suas forças, das suas fraquezas e, claro, dos aspectos a serem melhorados, torna-se viável reconhecer o que nos leva a cometer determinados deslizes. No ambiente de trabalho, a lógica é a mesma.
Nesse caso, é claro, a ideia é que os profissionais analisem exclusivamente a sua performance no exercício das suas atribuições. Ou seja, ainda que haja questões pessoais que possam exercer influência no trabalho — e vice-versa —, o objetivo é que o enfoque seja voltado apenas àquilo que é relativo ao negócio.
Quais são os benefícios da autoavaliação de desempenho?
Na prática, a autoavaliação de desempenho é vantajosa tanto para a empresa quanto para o colaborador. A seguir, vamos listar os principais benefícios para ambas as partes.
1. Simplicidade na implementação
A primeira vantagem para as organizações envolve a simplicidade da implementação e da aplicação.
Afinal, normalmente, a autoavaliação de desempenho exige somente a elaboração de um formulário que é criado pelo departamento de RH. Ou seja, a medida não demanda altos investimentos ou um grande volume de recursos.
2. Auxílio no direcionamento da carreira profissional
Para o talento, a autoavaliação de desempenho, como dito, viabiliza o reconhecimento dos seus pontos fracos, que, a partir disso, podem ser mais bem desenvolvidos.
No entanto, o mesmo vale para a identificação dos seus pontos fortes e, consequentemente, das suas afinidades.
Isso, além de melhorar a autoestima do colaborador, abre espaço para o desenvolvimento do autoconhecimento, possibilitando que o profissional enxergue todo o seu potencial.
Diante disso, torna-se mais fácil traçar um objetivo de carreira e, posteriormente, definir o caminho a ser percorrido para alcançar a posição almejada.
3. Embasamento para a implantação de um programa de desenvolvimento de pessoal
Ao implementar a autoavaliação de desempenho, a companhia consegue lançar um olhar mais individualizado sobre cada talento.
Assim, é possível repassar resultados mais precisos e concretos ao setor de gestão de pessoas e às lideranças, facilitando a tomada de decisões mais bem fundamentadas.
Além disso, a iniciativa dá subsídios à organização acerca do perfil de cada profissional que integra a sua força de trabalho.
Com isso, o RH consegue definir um plano de carreira, ou um Plano de Desenvolvimento Individual (PDI), para o quadro de pessoal, aproveitando os pontos fortes que cada trabalhador apresenta e levando em conta os aspectos a serem melhorados.
4. Desenvolvimento da inteligência emocional do profissional
A quarta vantagem, na prática, estende-se tanto para o colaborador quanto para a companhia.
Afinal, com o desenvolvimento da inteligência emocional, o profissional se torna apto a construir — e manter — relações mais saudáveis, a gerenciar os próprios sentimentos (e, quando necessário, os alheios), a reduzir a tendência à procrastinação, que, muitas vezes, está associada à ansiedade e ao estresse e, como consequência, passa a ser mais produtivo etc.
Tudo isso, por sua vez, impacta positivamente a empresa, que, inclusive, passa a contar com um talento que se sente mais confiante para lidar com desafios cada vez maiores, como uma transição profissional, que pode envolver entregas mais qualificadas em busca, por exemplo, de uma promoção.
Como implementá-la na empresa?
Para que a implementação da autoavaliação de desempenho seja bem-sucedida, é imprescindível que haja uma conscientização dos colaboradores acerca da relevância dessa iniciativa.
Nesse sentido, o ideal é que o setor de RH oriente o quadro de pessoal sobre a finalidade do formulário que será aplicado e informe o que será feito com os resultados coletados.
A partir disso, inicia-se a observância de uma espécie de “passo a passo” para a sua aplicação, que inclui:
– elaborar o formulário de autoavaliação de desempenho;
– reforçar para todos os profissionais que não haverá quaisquer julgamentos e, portanto, é importante que todos sejam sinceros aos respondê-lo;
– analisar os resultados obtidos e gerar um relatório de performance;
– repassar um feedback individual a cada talento;
– planejar e, posteriormente, implementar ações que visem a elevar os resultados, como treinamentos, palestras etc.
Portanto, a autoavaliação de desempenho é vantajosa para os profissionais e para a companhia, pois permite reconhecer os pontos fracos a serem mais bem desenvolvidos e os pontos fortes, que podem ser mais bem aproveitados.
Assim, ainda que não haja uma “receita de bolo” para garantir bons resultados a partir dessa iniciativa, colocá-la em prática seguindo as dicas deste post pode levá-lo ao caminho ideal rumo a resultados potencializados.
Agora, aproveitando o gancho, que tal conferir também o nosso post sobre como medir a performance dos colaboradores em 5 passos?!